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PRINCIPAIS REFORMADORES

 MARTIN LUTHER (MARTINHO LUTERO – 1483 a 154Lutero_Stampp6) 

Foi o principal reformador do movimento revolucionário denominado Reforma Religiosa Protestante. Foi a partir das suas 95 teses fixadas na Igreja Castelo de Wittenberg que o movimento protestante tomou força em toda Europa. Vale destacar que o nome protestante foi dado aos evangélicos de forma pejorativa, termo a que os evangélicos aderiram porque discordavam e protestavam veementemente contra as práticas da igreja Católica Romana da época, as quais eram consideradas abusivas e sem base bíblica.

Antes de Lutero, outros tentaram reformar a Igreja Católica Romana, entre eles, Wycliff e Jan Hus (que foram queimados por heresia segundo a igreja católica romana), sendo que encontramos vestígios de tentativa de reforma apartir do século XII. 

Lutero era padre agostiniano, professor com mestrado em teologia pela Universidade de Erfurt (Alemanha), tendo passado maior parte de sua vida lecionando na Universidade de Wittenberg.
Tudo começou quando Lutero fez uma viagem a Roma em 1510 e ficou chocado com a corrupção  do clero. Na época, o Papa era Leão X. Segundo nos conta a história, havia continuado com os costumes ratificados pelo Papa Sixto IV (1471-1484) que cobrava tributos para funcionamento de bordéis e um imposto especial sobre os sacerdotes católicos que tinham amantes. Em 1510, Lutero surpreende-se com toda sorte de irregularidade e ostentação papal, enquanto o que vê nas ruas de Roma é pobreza, fome e prostituição; e ainda se depara com outro problema: a venda de indulgências.

As indulgências eram papéis vendidos pelo clero onde o Papa prometia a absolvição dos pecados dos mortos e dos vivos, livrando-os do purgatório; era um tipo de "get out of purgatory card"”.  Devemos lembrar que naquela época a morte era uma questão iminente: as pestes, as guerras, a fome, a falta de higiene, entre outros fatores, deixavam as pessoas preocupadas em sofrer ainda mais após a morte. É esse o cenário em que nascem as indulgências, criadas como uma forma de captação de recursos financeiros  para a construção da Basílica de São Pedro (em Roma).

Ao retornar para Alemanha Lutero expõe esse fato em suas aulas na Universidade de Wittenberg  e indaga aos colegas se porventura, haveria alguma passagem bíblica que justificasse tamanho absurdo e abre o debate sobre as indulgências. Lutero era um grande estudioso dos livros de Romanos (Novo Testamento) e dos escritos agostinianos e disse não encontrar razão para tal prática na Bíblia Sagrada.

Em 31 de outubro de 1517, Lutero que chegara a conclusão que “NÃO havia evidência Bíblica para acreditar que o Papa tinha o poder de retirar as almas do purgatório”, fixa suas 95 teses na porta da Igreja Castelo de Wittenberg, onde questionava a questão das indulgências. Recebeu apoio do povo e do Príncipe Frederico -  o Sábio, uma vez que o descontentamento era geral (o povo por pagar impostos a Roma e os príncipes que além de pagar altos impostos a Roma ainda tinham seu poder e soberania subjugados a Igreja Católica Romana). Enquanto suas idéias se propagavam por toda a Europa, a Alemanha rompia a ligação com a Igreja Católica Romana.

Na verdade, Lutero não pretendia criar uma nova religião ou uma nova igreja, ele queria que a mesma fosse reformada e voltasse aos padrões Bíblicos. A Europa já sofria havia tempos com o Tribunal da Santa Inquisição mesmo antes da Reforma Religiosa Protestante, bastava discordar da doutrina católica para ser considerado herege e ser queimado em fogueiras em praças públicas, sem falar que a Igreja Católica Romana era a grande senhora de terras e de riquezas.

A Dieta de Worms - 1521 - O Imperador Romano Carlos V pede um encontro com os Príncipes e com os Bispos, convocando Lutero para negar seu posicionamento. Mas, Lutero declara que foi convencido pelas Escrituras, que não aceita a autoridade do Papa e dos Conselhos que se contradizem entre si, que sua consciência está cativa a Palavra de Deus, e que não vai negar nada contra a consciência, nem mesmo para salvar-se, e termina dizendo: "Deus ajude-me. Amém."

Após o encontro no Palácio de Worms e de sua declaração pública, Lutero é considerado um "fora da lei". O Imperador edita a Dieta de Worms, declarando Lutero herege ordenando sua morte. Mas, o Príncipe Frederico da Saxônia, forja um seqüestro  para salvá-lo, levando-o em proteção para o Castelo de Wartburg, próximo a Einsenach. Lutero aproveitou o tempo que ficou exilado para traduzir o Novo Testamento para a língua alemã, para que todos pudessem estar a par das Escrituras Sagradas. Terminou a tradução em 1522.

Lutero foi um grande difusor da leitura na Alemanha, inclusive, trabalhou incessantemente, e também proporcionou a reforma na educação alemã juntamente com seu amigo Melanchthon, defendendo o ensino e a escola pública ofertada pelo Estado para todos, aplicando um novo modelo educacional. 
"A idéia da escola pública para todos, organizada em três grandes ciclos (fundamental, médio e superior) e voltada para o saber útil nasce do projeto educacional de Lutero". ( FERRARI, Márcio. Martinho Lutero o criador do conceito de educação útil. Nova Escola, São Paulo,n. 187, p. 30-32, 2005).

Em 1530 foi assinada a confissão de Augsburgo pelos príncipes e entregue ao Imperador Carlos V, o documento preparado por Melanchthon, professor, humanista e cristão protestante, que defendia os fundamentos e princípios da fé cristã reformada, denominada a Confissão de Fé Luterana. Lutero permaneceu em Wittenberg por longos anos onde viveu com sua esposa e filhos, apesar de mais tarde, ir morrer onde nasceu em Eisleben em 1546.

 A Reforma Protestante difundiu-se por toda a Europa e juntamente com as idéias humanistas, (apesar de Lutero não declara-se humanista) trouxe grande desenvolvimento nas áreas social, econômica e política para a sociedade.


MARTIN BUCER (1491 – 1551)Martin_Bucer_Stampp

Nascido na Alsácia, este humanista passa sua vida inteira tentando preservar a unidade na igreja. Era um conciliador.

Bucer conheceu Lutero em 1518 adotando suas idéias. Deixou a Ordem a qual pertencia como padre e se casou, tendo sido excomungado por esse fato. Estabeleceu-se em Estrasburgo onde deu cursos sobre estudo da Bíblia e introduziu a Reforma Protestante em 1529. Retorna a Genebra em 1538.  No conflito de idéias entre Lutero e Zwingli a respeito da ceia, se Cristo de fato se fazia presente no momento desta ou se o momento da ceia simbolizava a Sua presença, Bucer tenta em vão chegar a um acordo. No caso dos anabatistas que estavam sendo perseguidos, ele lhes dá abrigo em Estrasburgo. Também tenta reconciliar católicos e protestantes. Mas, suas tentativas falham.

Exilado por Carlos V em Estrasburgo, retorna a Cambridge em 1549. Estabelece um papel importante na Reforma da Igreja Anglicana, que a princípio continuava com os ritos católicos tendo Henrique VIII ficado no lugar do Papa, uma vez que declarou não ser adepto de todas as idéias reformistas de Lutero. Com a morte de Henrique VIII, seu filho de apenas 9 anos – Eduardo VI assume o trono, tendo a missa sendo abolida em 1549, surgindo uma nova liturgia feita em inglês: o livro de oração de Thomas Cranmer permanece até o século XX.

A importância de Bucer no processo das doutrinas anglicanas no Reinado de Elizabeth I, Rainha da Inglaterra.

Com a morte de Eduardo VI, toma posse a Rainha Mary Tudor, conhecida como ( Bloody Mary) por suas práticas sangrentas aos protestantes. Filha de Henrique XVIII e Catarina de Aragão, A Rainha Mary retorna com o catolicismo e às perseguições religiosas. São mortos mais de 300 protestantes queimados, inclusive Thomas Cranmer. Em 1558, morre sem deixar herdeiros.

Assume o trono Elizabeth I, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, colocada pelo partido protestante inglês. Ela estabelece a criação de uma Nova Igreja Anglicana. Revê a doutrina da Igreja, porém assume o seu governo (ato de supremacia). O resultado dessa reforma dentro da Igreja Anglicana é o texto chamado “39 artigos” reconhecido como a Declaração Oficial dos Anglicanos. Esses artigos são inspirados pelo protestantismo de Lutero, Calvino e BUCER. Porém, as tradições continuam tendo lugar na liturgia da Igreja, tornando-se um meio termo entre o catolicismo e a Igreja protestante. Bucer que trabalhou ativamente na conciliação da fé cristã, morreu em 1551.


JOHN KNOX
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É considerado o maior reformador da Escócia. A data de seu nascimento é incerta, provavelmente, 1513. Era filho de Willian Knox que lutou na Batalha de Flodders e da sra. Singlair ,mulher de distinta educação. Segundo os registros, foi matriculado na Universidade de Glasgow em 1522 e indicado para estudar com o reconhecido professor John Major, um dos maiores estudiosos de seu tempo. Também estudou em ST. Andrews em 1531. Foi ordenado sacerdote católico em 1540. Abandonou o catolicismo romano e professou a fé protestante publicamente em 1545, provavelmente, influenciado pelas idéias de George Wishart (pregador reformado) que em breve retorno a sua terra natal, fez amizade com ele. John Knox foi o primeiro ministro protestante de ST. Andrews. Em 1547, o castelo de St. Andrews, que havia se tornado local de refúgio para outros protestantes perseguidos, foi tomado pelos franceses, tendo Knox passado por dificuldades e misérias juntamente com os outros companheiros protestantes (evangélicos). Permaneceu preso por 19 meses e foi solto por intervenção do governo Inglês. Em 1552 vai para Londres, mais tarde em 1554 a 1559 permanece em Genebra e estuda com Calvino. Retorna a Escócia em 1557 e funda a Igreja Presbiteriana da Escócia. É autor do livro “ A história da reforma na Escócia.”Até os fim de seus dias continuou a propagar a mensagem do Evangelho.

ULRICH ZWINGLI  ou Zwinglio (1484 – 1531)
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Nasceu em Saint Gallen, suíça. Ligou-se ao humanismo e estudou o Novo Testamento em grego na edição de Erasmo e o Antigo Testamento em hebraico. Em 1519 se tornou padre em Zurich e começou a reformar a igreja de sua cidade. As autoridades locais progressivamente foram seguindo as novas idéias, adotando o ponto de vista da reforma protestante, ficando contra o posicionamento do Bispo de Constança. Propaga-se então, a sua pregação na Basiléia e Berna (cidades suíças de língua francesa).

 Zwinglio tornou-se pastor e teólogo. Defendia que a reforma era composta pela luta contra as injustiças sociais. Em 1531 se tornou capelão das tropas de Zurique e morre na batalha de Kappel.


 

GUILLAUME FAREL (1489 – 1565)
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Nasceu em Gap, sudoeste da França em uma família nobre. Estudou em Paris onde conheceu o famoso cientista e humanista Lefrève d’Etaples. Foi professor de gramática e filosofia. Pertenceu ao “Cenáculo de Meaux” enviado pelo Bispo Briçonnet para tentar reformar a igreja católica por dentro. Guillaume Farel rompeu co o catolicismo em 1521, tendo sido influenciado pelas idéias de Zwinglio, trazendo a reforma para Basiléia, Estrasburgo, Berna e Neuchâtel, tendo esta última cidade, adotado a reforma em 1530. Farel estabeleceu-se em Nechâtel como primeiro pastor e continuou a viajar e a pregar o evangelho até a sua morte.


JEAN CALVIN (JOÃO CALVINO – 1509 a 1564)
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Nasceu em Noyon (Picardia) na França em 1509. Estudou em Paris, tendo feito Direito em Orléans e Bourges. Com a morte de seu pai que também era advogado, passa a se dedicar à teologia e a literatura. Tinha conhecimento de grego e de hebraico. Por volta de 1533 rompe coma igreja católica e renuncia aos benefícios eclesiásticos.

Em 1534 muda-se constantemente para diversas cidades da França, e devido às perseguições religiosas segue para Genebra. Genebra (Suiça) era uma cidade que havia adotado a reforma Protestante de Guillaume Farel. Calvino e Farel começam a trabalhar em Genebra a favor da propagação do Evangelho, porém, ao discordarem das intervenções governamentais na nova Igreja, são expulsos de Genebra em 1538. Calvino vai para Estrasburgo a pedido do também reformador Martin Bucer e fica lá por 3 anos como pastor e professor.

Em 1540 João Calvino é convidado para retornar a Genebra pelas autoridades locais, inclusive para organizá-la enquanto cidade, com a criação de várias legislações a fim de serem sanados os inúmeros problemas de ordem social pelos quais a cidade estava passando.

 Apesar de inúmeros pedidos, ele só retorna a Genebra em setembro de 1541, onde permaneceu naquela cidade por 23 anos, até o fim de sua vida. O seu trabalho em Genebra foi extenso e de grande importância, reconhecido ainda nos tempos atuais. Além de seu trabalho como pastor, pregador, professor, fundador da Academia de Educação teológica em 1559, também foi legislador da Cidade. Diferentemente dos demais reformadores, apoiou o capitalismo e o progresso, apesar de ser conservador em cada aspecto da vida, defendendo sempre a ética e o comportamento segundo os ditames do Evangelho de Cristo.

Genebra tornou-se o centro de refúgio de milhares de protestantes perseguidos, vieram principalmente da França, mas, também da Itália, Inglaterra e Espanha. Calvino é um dos principais escritores do século XVI, tendo escrito sua principal literatura cristã denominada “Instituição da Religião Cristã em 1536”. Apesar de tantos feitos nas áreas, religiosa, política, econômica e social, ficou mais conhecido por defender a teoria da Predestinação. Diferentemente de Martinho Lutero, Calvino em 1540, 25 anos depois de Lutero ter escrito sobre o livro de Romanos (Novo Testamento), escreveu comentário sobre a epístola de Romanos, mostrando que não há posição irreconciliável entre a lei e o Evangelho. Em 1559 recebe o título de cidadão de Genebra. 

THEODORE DE BÈZE (1519–1605)

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Nasceu em 1519 em Vézelay (Burgundy).  Estudou direito e literatura em Paris. Se converteu ao protestantismo em 1548 sendo forçado a exilar-se em Genebra. Se tornou reitor da recente Academia formada por Calvino em 1559. Encabeçou a delegação protestante em Poissy (conferência de 1571). Foi um escritor e teólogo que sucedeu Calvino em Genebra (1556). Era um humanista e discípulo de Calvino. Além do ministério da pregação, se encontrava sempre em seu escritório envolto por obras literárias. Em 1560 a Religião Protestante ou Evangélica é ratificada publicamente em Genebra.


GEORGE WISHART
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Nasceu por volta de 1513. Estudou na Universidade de Alberdeen e lecionou gramática em Montrose. Em 1538 foi acusado de heresia pelo Bispo Brechen e fugiu para Suiça e Alemanha. Retornou ao Corpus Christi College em Cambridge em 1543 a fim de propagar o Evangelho de Cristo. Em 1544 foi para a Escócia. Em 1546 foi queimado em uma estaca em Edimburgo.

 








Fontes:

 http://www.uncommon-travel-germany.com/martin-luther-biography.html

WWW.museeprotestant.org

http://en.wikipedia.org/wiki/George_Wishart


 

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